quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sobre o Jeep

Primeiro a musica.
Composição de Chiquinho Augusto e Alfredo Villas-Boas (Agnato), conta a história de "Jeep".
De origem humilde, desde criança Jeep mostrava sua paixão por carros. Estava sempre brincando de carrinho, falando de carros e contando para todos o seu sonho em um dia possuir um. Um dia, seu pai faz uma promessa dizendo que lhe daria um carro assim que ele concluísse os estudos.
A partir desse dia Jeep não pensou em outra coisa. Parou de brincar e falar em carros e passou a estudar, dia após dia, o que pra sua família parecia um alívio. Infelismente a promessa não foi cumprida, os pais de Jeep faleceram e a solidão do rapaz em meio a um mundo onde os sonhos não se realizam mudaram sua vida.
Jeep saiu de casa e, apenas com a roupa do corpo, passou a caminhar pelas estradas, observando os carros e caminhões que passavam. Chegou a Itabuna e foi aqui que ficou conhecido como "Homem Jeep". Junto ao seu corpo havia volante, retrovisores, placas, uma caixa de papelão que ele chamava de "lataria" e um óculos no rosto que seria seu pára-brisa. Jeep corria pela cidade inteira em alta velocidade, sempre nas ruas, junto aos carros. Parava apenas para respeitas os semáforos e dar passagem aos pedestres. Da sua voz saía a buzina e, algumas vezes, os gritos e xingamentos que respondiam aos insultos da população. Jeep, como qualquer carro, acelerava, estacionava e por vezes..."trocava o óleo".
Sua imagem passou a fazer parte do cotidiano da cidade até que, como todo carro, foi perdendo a força. Sua idade já não permitia a agilidade de andar entre os carros. Para evitar um desastre, Jeep foi levado a um abrigo de idosos, onde vive até hoje.
Foi em homenagem a esta figura folclórica, ícone da memória itabunense, que Chiquinho escreveu a letra de "Jeep", atualmente um dos maiores sucessos da banda Mendigos Blues.

Jeep
Mendigos Blues
Letra: Francisco Augusto Dias Ramos (Chiquinho) e Alfredo Villas-Boas

Sempre atento às placas e sinais
Se a vida era rodovia ele prosseguia
No contentamento já sem o peso da lucidez
Em sua mente vontade era como gasolina
Saiu de Itabuna cruzando as estradas de toda Bahia
Em seu peito bate um coração de oito cilindros
Suas pernas finas rasgavam e avançavam pela madrugada
Pois ele era um off - road de chinelas desgastadas

REFRÃO
Não existia o porquê em viver triste
Pois ele mesmo podia ser um jeep
Deixando o mundo pra trás
Ser infeliz não dá mais
Seguindo em frente e em paz

Vestido apenas de placas e retrovisor
Volante em mãos e buzina pra espantar sua dor
Tremendo os lábios roncava forte o motor
E sua alma não tinha mais multas andando entre os carros da rua
Não existia nenhum condutor que lhe dirigisse
Nem estrada impossível de rodar, pois ele era o homem jeep
Não existia nenhum condutor que lhe dirigisse
Nem estrada impossível de rodar, pois ele era o homem jeep.




5 comentários:

Unknown disse...

Lai!!
tá dificil te encontrar com essa correria toda!! pufpuf...!
o blob tá massa, mas eu gostaria q vc citasse tb o nome de Alfredão na composição da música pois eu apenas peguei os versos dele e coloquei alguns meus e criei o arranjo do som!!
bejim!!
chico!!

Unknown disse...

...e todo esse lance partiu lá em 2006 no projeto paracéu juntamente com ele e a poesia ficou engavetada em casa até que eu lembrei de Jipe e dei um surto e fiz essa letra baseada nos versos e na idéia do jipe e as histórias de "Urubuna e seu "urubu rei"...

Edson Bastos disse...

Massa Velho Chico, bem lembrado e de direito o crédito a Alfredo.

Edson Bastos disse...

Massa Velho Chico, bem lembrado e de direito o crédito a Alfredo.

Edson Bastos disse...

Massa Velho Chico, bem lembrado e de direito o crédito a Alfredo.